terça-feira, junho 19, 2007

Miguel e Jojo voltam para casa depois de 5 anos no Brasil

Miguel e Jojo Ott e seus filhos Seamus e Madlyn deixarão saudades para todos(as) que fazem a Casa Pequeno Davi e Casa Menina Mulher. Depois de 5 anos no Brasil, os missionários de Maryknoll voltam para os Estados Unidos. Durante esses anos, voluntariamente desenvolveram atividades, ambos na área de informática com as crianças e adolescentes, além de sempre estarem presentes nas demais ações da instituição: bazar, semana cultural, oficinas de formação, reuniões de planejamento e avaliação, confraternizações e celebrações diversas. Foi um intensa experiência que Jojo e Miguel nos relata numa conversa informal. Miguel e Jojo mostram mensagens que receberam das crianças do Ludo-pedagógico
Blog - Quando vieram dos EUA já sabiam que iriam trabalhar (como voluntários) com crianças e adolescentes?
Sim. Nós viemos para fazer trabalho voluntário com um grupo Missonário de Maryknoll – Congregação Católica dos Estados Unidos. Maryknoll deixa a gente trabalhar dentro ou na fora da Igreja. Então nós podemos fazer trabalho de catecismo ou com pastorais da Igreja, com ONG’s ou outro trabalho não diretamente ligado a Igreja. Nós vimos que os maiores problemas são fora da Igreja principalmente com os jovens. E eles são o futuro do Brasil e é necessário trabalhar com eles(as). Os jovens não têm oportunidades de trabalho, de escolarização, educação de qualidade – não sabem ler e escrever suficiente. Começam a trabalhar como crianças. Nós pensamos que não é justo essa forma de vida.
Blog - Por que a escolha por uma ONG que trabalha com crianças e adolescentes?
Nós escolhemos a Casa Pequeno Davi porque nosso grupo de Maryknoll teve outros leigos e irmãs religiosas que tiveram experiência aqui. Então Maryknoll tem uma história na Casa. Também porque a Casa Pequeno Davi é um Ong conhecida e desenvolve um trabalho organizado com crianças e jovens no bairro Roger e as áreas vizinhas mais pobres. Nós visitamos o site e encontramos uma sala com computadores, mas não tinha ninguém para ensinar os jovens. Nós pensamos que podíamos ensinar informática básica porque já estávamos acostumados a usar o computador no nosso trabalho em nossa terra. Támbem nós sabemos a importância do conhecimento de informática para os jovens, sobretudo para conseguir trabalho. Vimos que os jovens mais carentes não têm nenhum acesso à informática e é importante que os jovens tenham este direito. Sem o acesso (inclusão digital) eles e elas ficam mais distante do mercado de trabalho. O que nós ensinamos para os adolescentes da Casa Pequeno Davi vai ajudá-los(as) no futuro! Nós começamos ensinar junto à Casa Pequeno Davi dando aulas para adolescentes com idades de 16 e 17. Foi ótimo o trabalho com a turma da serigrafia (inicialmente) e nós contamos com o apoio de Márcio (educador de informática). Depois de um ano, Jojo viu que na Casa Menina Mulher estava faltando educador (a) para informática, então ela foi dá aula para uma turma com crianças de 10 a 14 anos, numa pequena sala. Ela viu que as crianças tiveram muitas dificuldade de ler ou escrever em português, mas foi muito bom porque eles (as) tiveram acesso e ficaram felizes em poder participar. Então neste sentido foi um sucesso!
Blog - O que mais vocês gostaram durante esses anos?
Miguel - Eu gosto de olhar as crianças aprender o computador. Especialmente quando eles ligam o computador pela primeira vez. Os olhos deles mostram que eles estão muitos felizes, e a fascinação e animação sobre o computador. Também eu gosto de jogar futebol com os pais dos alunos todo sábado. Com isso eu conheço um pouco mais da realidade das famílias das crianças e adolescentes. Eu especialmente gosto de trabalhar com a educadora Edna, do Ludo-Pedagógico. Ela me ajudou a entender a realidade mais profundamente com seu olhar de brasileira. Jojo – Eu gosto de ver as crianças muito animadas quando eles e elas fazem um trabalho no computador e ficam muito felizes quando imprimem o trabalho e levam para casa. Os rostos deles ficam todos iluminados! Também é muito engraçado olhar as crianças quando elas ficam olhando na impressora o papel saindo devagarinho. Eu tive crianças de vários níveis e foi ótimo dar acesso ao computador. Em minha sala teve uma janela que as crianças sempre ficam olhando e isso mostra a animação que eles e elas têm para aprender quando mexem com o computador! Eu convivi com muitas crianças que não sabiam ler ou escrever suficiente, mas é muito prazeroso acompanhar o desenvolvimento de cada um. Eu acho que alguns melhoraram a aprendizagem de alfabetização usando o teclado. Com os alunos mais espertos eu gostei de ensinar coisas mais difíceis. No final, uma aluna, Sarah, me ajudou com aulas (como monitora) e eu gosto muito dela! Deu muita confiança para ela pode ensinar como professora. Espero que ela um dia consiga realizar os sonhos dela.
Blog - O que vocês levam para os EUA de lembrança, de lição aqui de João Pessoa e da Casa Pequeno Davi?
Nós vamos levar todos os sorrisos de nossos alunos(as), os abraços e carinho de todos os brasileiros, especialmente de os crianças e educadores(as) da Casa Pequeno Davi e Casa Menina Mulher. Nós vamos lembrar quando falamos com nosso sotaque diferente, como todas as crianças riam para escutar ou tentar nos entender! Os problemas, a pobreza e injustiça, a miséria nós vamos lembrar que existe, mas levamos esperança, muito esperança – porque foram as pessoas da Casa que mostraram para nós que tem esperança ainda, mesmo com muitos problemas.
Blog - Vocês pretendem continuar colaborando de alguma forma com a Casa Pequeno Davi?
Claro que sim, nós queremos continuar ajudando se nos podemos. Sempre CPD e CMM: as crianças, os adolecentes, os(as) educadores(as) e todos ficarão nos nossos corações! Nós ficaremos em contato e mandando ajuda de qualquer maneira!
Assessoria de Comunicação - 3241-5263 / Fotos: Arquivo CPD/CMM